Desde a antiguidade já se reconhecia a importância de proteger a
ferida e evitar que se complicasse e repercutisse em danos locais ou
gerais para o paciente.As
feridas eram tratadas com
plantas, animais e minerais, tendo registros egipcios sobre a
função do Bolor de pão no controle da infecção, utilizando de maneira
arcaica o que seria 3000 anos após a penicilina, também usavam curativos à base de mel,
graxa, fios de linho e diversos tipos de excrementos, que faziam parte
dos princípios da farmacopéia egípcia.
Hipócrates, que lançou as bases da medicina científica, recomendava
que as feridas fossem mantidas limpas e secas, e preconizava sua limpeza
com água morna, vinho e vinagre.
Na
Era Medieval, houve uma regressão destes avançados conhecimentos
médicos. O corpo era considerado a morada de divindades ou de demônios e
as feridas eram a prova de que os demônios estavam por perto. Então o
cuidado das feridas foi entregue a pessoas consideradas bruxas que
acreditavam ter poderes para expulsar os demônios e assim curar as
feridas e utilizavam todo o tipo de materiais, tais como cataplasmas,
teia de aranha e plantas medicinais. Tudo era acompanhado de muitas
preces e rituais. Além disso óleos quentes eram utilizados na intenção
de cauterizar o sangramento e as feridas.
A partir do século XIX, durante a Guerra da Criméia, foram criado
vários tipos de curativos, à base de fibras e linho, que, sendo
reutilizadas várias vezes se tornavam gradativamente mais macias, mas
eram pouco absorventes.
Entre o final de 1840 e a Segunda Guerra Mundial, o foco para o
tratamento de feridas e cicatrização foi a utilização de anti-sépticos e
agentes tópicos com a ação antimicrobiana e a proteção com coberturas
secas, como conseqüência às descobertas de Pasteur sobre a “Teoria dos
Germes”.
Até o final da Segunda Guerra Mundial os recursos utilizados como
curativos baseavam-se na crença de que o ambiente seco proporcionava
melhores condições de cicatrização.
Em 1945 Bloom relata pela primeira vez a utilização de um filme
transparente, permeável ao vapor, em 55 pacientes com queimaduras e
descreve seu efeito benéfico no processo de cicatrização.
Em 1962, quando Winter e Roove demonstraram que a taxa de
epitelização era 50% mais rápida em um ambiente úmido e que a formação
de crostas era minimizada, houve um grande interesse pelo
desenvolvimento de pesquisas, produção e comercialização desse tipo de
recurso.
1. Mandelbaum, S.H.; Di Santis, E. P. e Mandelbaum, M.H. S.: Cicatrização, conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte I: An Bras Dermatol, RJ, 78(5):525-542, set/out 2003.
2. Mandelbaum, S.H.; Di Santis, E. P. e Mandelbaum, M.H. S.: Cicatrização, conceitos atuais e recursos auxiliares – Parte II: An Bras Dermatol, RJ, 78(4):393-410, jul/ago 2003
Deus lhe abençõe sempre, tudo que você faz sempre são trabalhos excelentes!! Parabéns!
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