quinta-feira, 31 de maio de 2012

Avaliação de Ulcera Venosa

Ulcera Venosa- definição
Ferida decorrente de insuficiência venosa crônica. É absolutamente necessário o reconhecimento da causa de uma úlcera de perna antes do início do tratamento. Um diagnóstico incorreto pode levar a condutas inapropriadas, especialmente à compressão extrínseca indispensável no tratamento das úlceras venosas.

A avaliação da circulação arterial é obrigatória nos pacientes com úlcera de perna. A palpação dos pulsos distais e a medida do IPTB (Índice de Pressão Tornozelo/Braço) oferecem os elementos básicos necessários para o diagnóstico diferencial com as feridas isquêmicas.

ORIGEM:

A. Primária: varizes, dormência, cãibras, edema vespertino, gestações, sensação de peso, varicorragia e tromboflebite
B.Secundária (trombótica): edema pós-parto, pós-operatório, fraturas, tabagismo, anticoncepcional e acamado.

Avaliar Risco

A. PALPAÇÃO DE PULSOS POPLITEO, TIBIAL POSTERIOR E PEDIOSO: a ausência não deve ser avaliada como indicativo de comprometimento arterial. Deve ser avaliado em conjunto aos demais indicativos.
B. DIGITO-COMPRESSÃO ou PERFUSÃO PERIFÉRICA: cabeça do metatarso e na polpa plantar, exercer compressão por 3 segundos e observar o retorno da coloração normal.
INDICE TORNOZELO-BRAÇO (ITB): teste indicado para classificação do risco cardiovascular, apesar de não determinar localização da obstrução; para detecção precoce de doença arterial oclusiva dos membros inferiores (DAOMI).
Material: manguito, Doppler vascular, papel toalha, gel de USG e fita métrica.
Técnica de aferição:
1. Deixar o paciente em decúbito dorsal por 5 minutos antes de iniciar o teste;
2. Verificar a circunferência do braço para definir manguito apropriado:

Circunferência do braço*    Largura da bolsa inflável*    Denominação do manguito
25                                            10 -11                           Adulto pequeno ou magro
25 -32                                      12 -13                          Adulto
>32                                          15 - 17                          Adulto grande ou obeso
* Medidas em cm.

Aferir nos MMSS (artéria braquial) a pressão arterial (PA) sistólica com auxílio do Doppler vascular, permitindo maior acurácia em relação ao estetoscópio;
Aferir PA em MMII (pedioso ou tibial posterior), posicionando o manguito 3cm acima do maléolo:
 
Cálculo:


ITB direito: Maior pressão do tornozelo direito   (entre pulso pedioso e tibial posterior)
                                    Maior pressão dos MMSS

ITB esquerdo: Maior pressão do tornozelo esquerdo  (entre pulso pedioso e tibial posterior)
                                    Maior pressão dos MMSS

Resultados:  
            
Valores                                         Avaliação
≥ 1,30                                      Artérias não compressíveis
≤0,9 a 1,30                              Aceitável – Circulação Normal
0,71 a 0,89                              DAOMI Leve
0,41 a 0,7                                DAOMI Moderada
≤ 0,4                                       DAOMI Grave, dor isquêmica

                                          Avaliação
TRATAMENTO
  • Repouso relativo: a cada 2 horas repouso com pernas elevadas de 15 a 20 minutos.
  • Elevação de 15 a 20 cm dos pés da cama.
  • Fisioterapia.
  • Caminhar entre o tempo de cada repouso.
  • A Compressão é a terapia utilizada para diminuir a dor, controlar o refluxo, melhorar a hemodinâmica venosa e reduzir o edema. Dois tipos são indicados: inelástica pela Bota de Unna e elástica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

1. AYELLO E, FRANZ R. Pressure ulcer prevent and treatment: competency-based nursing curricula. Dermatology Nursing, 15(1):44-65, February, 2003.
2. BATISTA F. Pé Diabético: Tratamento Ortopédico Interativo. Einstein: Educ Contin Saúde, 2009; 7(2 Pt 2): 97-100.
3. BATISTA F, GAMBA MA, CAVICCHIOLI MGS, FONSECA MD. Protocolo de atendimento. In: Uma Abordagem Multiprofissional sobre Pé Diabético. Batista F, 1ed, Editora Andreoli, 2010 (in press).
4. BAJAY, Helena Maria. Registro da evolução de feridas: elaboração e aplicabilidade de um instrumento. 2001. 181 f. Tese (Mestrado em Enfermagem) – Faculdade de Ciências Médicas. Universidade de Campinas, Campinas.
5. BERGSTROM, N et al. Pressure ulcer treatment. Clinical Practice guideline. Quick reference guide for Clinicians, n. 15. Rockville, MD. U. S. Departament of Health and human Services, Public Healthy Service. Agency for helthy care policy and research. AHCPR. Pub. Nº 95-0653 Dec. 1994.
6. BRUNNER, L. S., SUDART, D. S.. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

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